de onde vem o sonho

no meu eu recebia um cachorro filhote pelos correios
prw cuidar dele por um tempo
aí eu e meu irmão demos comida pra ele
e depois a gebge decidi dar o resto da ração prós cachorros da rua
aí a gente vai pras ruas perto da tua casa
que tbm é perto da casa da nicole
e tem um Taj mahal
e a nicole disse que nunca viu ele aberto
e a gente começa a suspeitar que é só um casca
mas não se parecesse com um de vdd
eeee
toda hora fica aparecendo uns drones
pq lançou uma nova temporada de uma série chamada drone
e tbm a gente come panetone trufado na casa da minha vó
no final

7 e 57 da manhã de 30 de novembro de 2021, um ano e pouco atrás, eu acordei e escrevi sobre esse sonho para alguém exatamente assim.

030: extrovertidos

zine king kong feita na oficina

Novembro esta sendo muito bom. É quase verão em absoluto. O Brasil ganhou. As férias ainda não acabaram e aquele trabalho de teoria que eu tava me matando pra escrever e tinha certeza que ia tirar o minimo, (certeza que a professora nem leu) foi o máximo. Esta tendo feira do livro aqui e fui em quase todos os dias porque quase todos os dias tem oficina. Já teve de quadrinhos com a Guti (que eu sou muito fã!), de serigrafia com a Amanda e de zine com a Ana e todas elas são demais!

Quarta-feira, no feriado, tinha a oficina de serigrafia e todos que falaram que iam ir comigo mudaram de ideia e eu sou muito patética e não queria ir sozinha de jeito nenhum. Num ato de desespero compartilhei o cartaz da oficina perguntando se alguém queria ir comigo. Na hora pensei que o pior que poderia acontecer seria ninguém responder, esqueci completamente que algum maluco poderia dizer "vamos!", felizmente nenhum maluco mandou nada mas algumas pessoas legais (que eu suspeitava serem legais, na verdade nunca tinha falado grandes coisas com nenhuma dela) toparam. 

Agora uma contextualização dos eventos que antecederam esse, da onde eu conhecia essas pessoas, mostrando como o mundo e a vida dão muitas voltas e encontros:

Era a primeira vez oficial que eu ia a Cinemateca Capitólio, porque era a primeira que assisti uma sessão completa, um dia de apresentação da cidade para uma visita especial. Era julho. Na saída do cinema encontrei Léo, um amigo, com mais uns outros guris que não conhecia e eles estavam indo para a festa de aniversário de um amigo de um deles num bar com karaokê ali perto, o Mondo Cane. A gente foi com eles até lá porque era caminho, mas não ficamos porque não conheciamos ninguém. Um dos amigos dos amigos que estava indo, o Vicente, perguntou o que achavamos que vinha primeiro: o corpo ou a alma. Eu disse alma e ele disse que também achava que era mas quase ninguém tinha falado ainda. Essa foi a conversa que tivemos.

A umas duas semanas atrás ele me convidou para participar de uma exposição de prints que estava organizando num bar-café aqui perto e claro que concordei porque sempre quis participar de algo assim. A exposição ia ser aberta junto com uma festa fantasia de Halloween que não consegui ir porque tive que voltar para Osório pra votar. E ele foi a primeira pessoa que disse vamos pro convite da oficina, a gente se encontrou no mesmo bar-café e conversamos sobre esses eventos e sobre fazer filmes, e ele estava fotografando de uma forma meio voyeur, como ele mesmo disse, os desocupados com bandeiras do país que lotavam o centro. 

filme: Velvet Goldmine (1998)

O segundo que pilhou ir foi o Gabriel. A gente se conheceu na internet mas não sei exatamente como, uma vez me mandou mensagem perguntando se os coelinhos eram meus e que adorava eles e volta e meia a gente trocava umas palavras muito rapidamente. Ele é da música e a primeira vez que o vi pessoalmente foi quando tava procurando algum conhecido para furar a fila do RU e a gente se deu oi e ele não perguntou se eu queria um furo, então tive que virar a esquina até o fim da fila. Talvez ele seja correto demais, pensei. Ele gosta de tirar fotos de lugares e explorar cantos escondidos e encontrou a gente na feira do livro. Nenhum de nós se conhecia e foi surpreendente divertido propor algo, estranhos toparem, conhecer gente nova e estar bem com tudo isso. 

No fim da oficina o Vicente foi embora e eu e o Gabriel estavamos sem nada pra fazer. Fomos no Café Cantante, onde uma amiga minha trabalha, mas ela voltou para Minas para passar as férias. Nunca tinha ido lá e estava super cheio. Tomamos moca. Passeamos pela redenção e conversamos um monte. A mãe dele era musicista, tocava piano e morreu quando ele era muito pequeno. Depois fomos encontrar a melhor amiga dele no Capitólio, ia passar o filme favorito dela,  Velvet Goldmine. Uma fanfic não autorizada do David Bowie com o Iggy Pop, um ode ao glam rock. Encerramos o dia jantando em um lugar de comida italiana que havia aberto a recem, não tinha nem nome ainda. Eles comeram massa e eu não comi nada porque estou economizando, então o chef (de cozinha e do lugar) me deu uma porção de batatas rústicas, que ele disse que não eram rústicas era outro nome que não lembro mais. O dia foi ótimo, fiquei ate contente que as outras pessoas que convidei cancelaram. 

Depois, quando já tinha até acabado a oficina vi que mais gente queria ter ido. É muito bom achar pessoas que se empolguem com as mesmas coisas que tu, se essas pessoas fossem tão faceis de encontrar como foi. Isso sempre me lembra o fim de Vírus Tropical. 

filme: Velvet Goldmine (1998)

Sexta-feira um amigo que a muitas semanas não nos viamos me chamou para ir a um sarau num café, com o Ernesto, que é bem legal e gente boa mas diz que tem dificuldade pra sair. No ínicio os textos e poemas pareciam escritos por meninas góticas de 13 anos, o que foi bom pra rire e inspirar a coragem de se expor. Depois foi uma mulher que tinha um sotaque que eu não conseguia distinguir se era esapanhol, italiano ou algo meio colonial, como os tios velhos e falsos imigrantes da minha mãe falam. Era bonito, e fez eu me perder tanto que nem lembro exatamente sobre o que era a poesia. O penultimo que leram eu adorei tanto que pedi a menina que me mandasse e vou deixar aqui. O último também queria ter pedido mas não vi mais a autora, era um texto cômico de teatro sobre uma judia explicando o porquê gostava de apanhar. 


Ladrar ou morder
de Marina Luz

Morder dói os dentes. Não sou uma mulher de muitas fúrias. Raiva me estressa. Afinal, raiva é para ser estressante. É uma parte intrínseca dela. Não há raiva sem o estresse. Assim como não há alegria sem os sorrisos e a morte sem o nada.

Meu corpo não aceita a raiva, não se acostumou a ela. Quando considero a possibilidade de quebrar algum objeto ou alguém, me desgasto a tal ponto que adoeço. Cistite, tendinite, gripe, enjoo, pé torcido, unha encravada, dor. Nem sei onde machuca, mas algum lugar vai estar doendo.

Mesmo que a enfermidade não venha, alguma coisa em meu corpo me assombra. Uma semana estressada me deixa um mês atrasada na menstruação. Aí me estresso de novo por considerar comprar um teste de gravidez e fico mais um mês atrasada. Porque eu tenho vinte anos, não posso ter um filho. Sou muito jovem. Nem sei quanto custa um aborto. Para quem eu perguntaria se eu quisesse abortar, para quem eu falaria se eu não quisesse abortar. Gravidez está fora de questão, meus peitos cairiam e eles já são pequenos. Pequenos e caídos é algo inaceitável. Ser uma mãe de vinte anos com peitos pequenos e caídos é inaceitável. Daí chego na farmácia e não encontro o teste. Finjo que sou madura, que não tenho vergonha de nada e pergunto para a farmacêutica se eles têm teste de gravidade. Mas teste de gravidade não existe e eu acabo de expor para a farmacêutica que eu, sim, estou tão apavorada que não sei falar e que, sim, não quero que tenha uma criança crescendo na minha barriga. Pergunto de novo. Gravidez, desculpa, onde ficam os testes de gravidez. Vou para casa, me enfio no banheiro e o teste dá negativo. Mas depois de todo esse nervosismo tenho que esperar mais um mês para a menstruação descer.

Depois de tanto tempo acumulando sangue no útero, a cólica é um inferno. Faz da minha barriga pano para esfregar o chão e, depois de ensopá-lo todo, torce e contorce ele até a última gota. Tomo três Ponstan, me enfio debaixo da cama, abraço uma bolsa de água quente e xingo a razão para eu ter me estressado em primeiro lugar.

O corpo implora para eu não ter raiva, para eu não me estressar. E faço tudo o que posso para acatar seu pedido. Porque ele me conhece brava, nós dois sabemos que é melhor evitar isso. Tem razões para eu adoecer depois de crises, eu não lido bem com elas.

E nem é porque eu viro um monstro. "Você não quer ver ela brava", essa não sou eu. É interno. É comigo. Se eu ficasse puta, destruísse um prédio e isso fosse o suficiente para me desestressar, seria perfeito. Mas a raiva não anda sozinha. Ela se gruda na impotência. Fico brava quando não há nada a ser feito e quando não há nada a ser feito, fico mais brava. O ciclo é infinito.

Desde minha infância me enraiveci dessa forma. Dizem que se deve deixar um bebê chorando para aprender a parar sozinho. Eu não parava. Ficava horas me esperneando e cansando até não ter voz para gritar. Meus pais tinham que levantar e me pegar no colo uma hora ou outra.
 
Quando criança, só fiz birra uma vez. Daquelas de me jogar no chão em público e fazer a mãe passar vergonha. Ela me colocou debaixo do braço e me tirou do shopping, nem aí para minha tentativa de chamar atenção. Parei, nunca mais fiz. Mas lembro ainda da raiva que me fazia berrar em meu quarto, os soluços e a dor de cabeça que vinham logo depois. Lembro que a raiva era algo que entupia os ouvidos. A pele me deixava claustrofóbica e me vinha uma necessidade de destruir algo. Como se isso fosse minha forma de me livrar da epiderme e me ver livre, poder respirar. Mas criança é fraca, não destrói nada com facilidade. E minha braveza não me deixava burra, sabia que se eu quebrasse algo levaria bronca. Eu queria cessar minha raiva, não incentivar a de minha mãe.

Então vem a necessidade de quebrar, mas não poder. A impotência vem e aperta a garganta. Pego um travesseiro e começo a socá-lo. Não adianta. Travesseiro não morre, não rasga. Bato ele contra o chão, o arremesso contra a parede. Passo a ofegar, meus braços cansam. Estou perdendo para um travesseiro. Sou uma estúpida, ridícula e o mundo é horrível e eu só quero me encolher no chão e gritar até tudo passar. Que ódio, que saco, que droga.

Tem um filme infantil chamado Anastasia. Sobre uma princesa perdida da Rússia que perde a memória. Dois homens não sabem que ela é a princesa de verdade, mas querem fingir que ela é para ganhar o dinheiro da recompensa que a avó da moça ofereceu para encontrá-la. No dia em que Anastasia ia finalmente tentar se provar como a verdadeira princesa, ela está muito nervosa. A levam para uma ópera, em que passa o espetáculo todo com o folheto na mão o rasgando em pedacinhos.
É um momento curto do filme. Apenas para mostrar que Anastasia está ansiosa para que o boyzinho dela segure sua mão e a acalme. Mas eu vi como um mecanismo. Afinal, eu sou mais forte que um pedaço de papel. É barato, substituível e não faz falta. Rasga fácil, que é o mais importante. Formando duas pinças com meus indicadores e polegares e puxando o papel para lados opostos, o papel se divide em dois. Depois em três. Quatro, cinco. Devagar, rasgo aos poucos, destruo com cuidado, sentindo o estrago. Há um controle, eu controlo. O mundo pode ser mais forte que eu, mas o papel é fraco. Dele, eu venço.

Até os dias de hoje uso essa técnica. Levanto de onde estou, vou ao banheiro, pego uma folha de papel daquelas para secar a mão e rasgo em tiras. Bem finas. Até minhas narinas voltarem a funcionar e eu conseguir inspirar e expirar sem querer me arremessar pela janela. Até eu me encaixar em minha pele e meus ombros conseguirem sua locomoção de volta.

Meus problemas não vão embora, mas minha cabeça também não fica presa em um único pensamento.
Ela se amplia, respira e relaxa. Não que relaxar seja a ação mais saudável a se tomar.

Mas se eu não decidir se quero estar relaxada ou furiosa, nunca vou me satisfazer. Tenho consciência de que, pelo jeito que raciocino, nada estará bom. Mas tanto quanto há lógica em buscar tranquilidade, também há na busca da inquietude (infelizmente). Porque se eu estivesse brava, estaria por uma razão. O estresse ocorre exatamente para incentivar a resolução das mazelas. Ignorá-lo ao contornar o problema através de técnicas meditativas poderia ser visto como uma escapatória fácil. A alternativa de um covarde. Porque seria afirmar que eu recuso lutar contra o mundo por medo. E que prefiro que meu adversário seja o papel, um fracote que nunca me fez mal.

Mas tenho medo, não é mentira. Apavorada de ter uma criança em minha barriga, de ter peitos pequenos e caídos, de passar vergonha na frente da farmacêutica, eu tenho medo da raiva. Tanto que fujo dela através de enfermidades e menstruações que atrasam. Tanto que prefiro não gritar com alguém que me fez mal e cortar contato sem oferecer justificativa. Tanto que nunca mais fiz birra em shopping.

não deu tempo


Não Deu Tempo é um mini documentário independente de aproximadamente 8 minutos, e também meu trabalho final para a disiciplina de Laboratório de Vídeo, que estava fazendo nesse semestre que acabou agora e além de tudo isso é minha terceira produção documental. 

“Em vídeo, os modos principais de representação são, de um lado, o modo plástico (a "videoarte" em suas formas e tendências múltiplas) e, de outro, o modo documentário (o "real"- bruto ou não - em todas as suas estratégias de representação)”. -Philippe Dubois em Cinema, vídeo, Godard

Nesse vídeo exploro a documentação, gravando respostas espontâneas geradas a partir da questão “o que não deu tempo?” feita a 36 pessoas, entre amigos, conhecidos e desconhecidos. Minhas principais inspirações foram o Cabeças Falantes (1980), o Resposta das Mulheres: Nosso Corpo, Nosso Sexo (1975), de Agnès Varda e o Jorge Furtado. 


Gravei o vídeo todo com uma handycam emprestada de um amigo e é muito divertido dar zoom drámatico nas pessoas. Essa cadeira foi muito legal de fazer, mas pelos semestres estarem reduzidos (por causa desse longo processo de voltar ao normal depois da pandemia) tivemos poucos trabalhos. 

Outros vídeos produzidos pra aula e mini documentários porque documentar é muito divertido:
Terceira Pessoa
Echo

I wish you were dead or never born

14 de outubro, 2022
sexta-feira

Não queria admitir mas toda a música Don't da Brvnks, que já ouvi centenas de vezes, e nunca me dei conta que falava sobre isso, é exatamente como me sinto desde quarta-feira. Estou a semanas de indas e vindas dos pensamentos: "eu sei que isso não era pra sempre (será mesmo?)", "a vida não é uma comédia romantica, um romance romantismo", "eu nunca vou amar alguém de novo", "como é bom sentir e estar viva", "como sentir é o pior do mundo e eu só queria morrer ou nunca ter nascidooooo!!!!!!", "porque todas as coisas do mundo falam de amor e carinho e afeto e me me lembram de ti eu te odeio e por causa disso eu queria não saber ler e ser insenivel ao universo". E todos esses sentimentos estão trancados no meu peito e na minha cabeça e eu estou de férias da faculdade, o que influência na minha solidão e em ficar sozinha com todos esses pensamentos. Oh meu deus como eu sou patética!

Sinto saudade de tudo. Não amo ninguém e me sinto um lixo por isso. Tem esse garoto, que eu não sei como dar um fora agora e é como um labirinto. Eu detestei nossa útima conversa tanto que comecei a chorar sozinha na poltroninha e depois sai correndo, no feriado, para espantar os pensamentos até o Wand's.

Eu te odeio. Eu odeio o amor. Eu odeio sentir. E não sentir. Eu odeio que eu te amo. Eu odeio ver o tempo que passou. Eu odeio as lembranças. E eu odeio ficar em casa sozinha. E eu odeio como tudo isso foi por água a baixo e acabou assim.

Agora já é tarde demais,

Gabriela 

Além de entranhas e vergonhas essa carta também é parte do Projeto de Escrita, criado pela Gabriela e indicado pela Nicole! O tema do projeto é: a arte de se reconhecer, e é pra escrever tudo o sentir que deve sem medo, em torno das propostas: 

★ inspire-se em sua música favorita
escreva uma carta
★ descreva um lugar que existe apenas na sua mente
★ um lugar que gostaria de visitar
★ escreva uma biografia de alguém que você admire
★ selecione imagens que tenham a ver com você

Quem mais pilhar de fazer ou estiver fazendo, conta por favooor! Tou muito animada pra ler o de todo mundo :)

trocar mixtapes

The Muffs, banda

Quero muito fazer uma festa do vinil, do CD do que for. Cada um escolhe sei lá, 5 músicas? Grupo seleto. Um por um colocamos as escolhidas e apreciamos do inicio ao fim. Conhecer novas músicas e bandas e sons e cada um de nós mesmos um pouco mais. É proibido colocar música que toca na rádio, porque ai já estamos todos esgotados de paradas do sucesso. 

No meio do ano, seguido pela minha obsessão na música Baby Please Don't Go, do Van Morrison (que não tem nenhum parentesco com o Jim Morrison mesmo que pra mim os estilos lembrem um do outro e eles serem família fazia todo sentido), a fissura na playlist DAWGZ, trilha sonora do gibi homonio da Beatriz Shiro (leia), a quebra das gritarias pelo samba e bossa nova que fizeram minha cabeça durante uma ida de bicicleta ate o escritório onde faço bolsa (obrigada Rosinha de Valença, por tudo) e o final: 

Essa releitura da mixtape da Beatriz, que preenche minha cabeça desde o fim julho. Destaque especial pra últica faixa: Janitor do Suburban Laws, que tocou todo dia por uma semana inteira. Agora deu espaço pro Boogarins, e é muito doido como quando se acorda com o barulho tocando no inconsciente já se vai ouvir e se ouve muito melhor, tudo faz sentido e a letra ou melodia e cada ruidinho de cada coisinha é o mais intenso do mundo. De verdade, ouvir música as vezes doi mas é eu sentir um pequeno aperto no peito que mudo bruscamente pensando muito em: 

Então melhor sofrer
Do que ser blasé
E fingir que nada
Me afeta

Como canta a Sophia Chablau

Volta e meia também volto nessa que teve um dia o dever de ser a minha inspiração para aprende a tocar um instrumento. Algo que nunca vai rolar, já aceitei! Só sirvo pra ouvir e curar. 

 
Eu sempre fui de trocar playlist e listinha de música, acho incrível como tem tanta coisa que conheço que foi por indicação além do Spotify ou qualquer inteligência artificial besta. Música que conheci em comentários na blogosfera e tenho muuuito carinho tanto por me lembrarem desse tempo quanto por serem ótimas!! Playlist que troquei com amigos da internet e por carta, na escola, em viagem... Então se quiser, deixa uma indicação qualquer ai e eu vou retornar com algo que ela tenha me lembrado. 

029: o meio do labirinto

patrick sobre a brita - fomapan 400

Eu odeio vídeos divertidos. Eu perdi toda a minha atenção e tenho medo que seja para todo o sempre. Preciso pensar em o que vai ser meu projeto final para cada uma das cadeiras mas a minha cabeça é tão vazia! A universidade e a cidade são tão cheios de imagens e pessoas e informações que não consigo guardar nenhuma por muito tempo sem embaralhar e inverter e mastigar. Tem gente que até já falei e depois de uns dias sem ver nem me recordo. Não tenho certeza se acredito que isso realmente seja sequela de todo o tempo em casa. Não consigo terminar um texto ou ler um texto palavra por palavra sem que meus olhos saltem de palavra para paragráfo para pensamentos intrusos e não consigo raciocinar direito. Acho que estou ficando cada vez mais burra e que isso é culpa do passar do tempo. 

Essa semana eu aproveitei as sessões grátis dos cinemas de rua e voltei amar o audiovisual. As únicas coisas que vejo do começo ao fim e raramente me distraio. 

Fantasma Neon (2021), ganhador de melhor curta-metragem no Festival de Cinema de Gramado 2022. Assisti por acaso numa sessão da FRAPA de curtas na Casa de Cultura. Musical, bem teatral e das ruas, retrata a realidade dos entregadores do iFood de uma forma surpreendente. 
Resposta de Mulheres: Nosso Corpo, Nosso Sexo (1975), um mini-doc que abriu a minha vontade de assistir tudo da Agnès Varda. O que é ser mulher? A pergunta é respondida e entendida por diferentes mulheres. Assisti na aula de Educação e Cinema, e agora queria ter acesso ao MUBI.
Hej-Hup! (1934), estreou minha terceira ida ao Capitólio e introduziu com clamor o cinema Tcheco. Na tradução: "Trabalhadores, Vamos Lá!", é uma comédia muito divertida e crítica que une um ex-proprietário fálido e seu empregado, agora desempregado. 
Ovoce Stromu Rajských Jíme (1970) ou Fruto do Paraíso, é um dos muitos filmes da cineasta vanguardista Věra Chytilová, responsavél também pelo classíco surrealista As Pequenas Margaridas (que quero muuito ver!). Nessa alegoria a Adão, Eva e o pecado ela experimenta com cores, cenários, montagem, personagens, música e sons de uma forma revigorante e inspiradora.

filme: Ovoce Stromu Rajských Jíme (1970)

Eu tenho medo de me perder.

028: morar (quase) sozinha

 


São dois meses e contando de morar na capital e ir na faculdade ao vivo e mil e outras coisas. Eu divido o apartamento, um JK que tem o tamanho exato para o minímo essencial, com minha prima. Fazia um tempão que a gente não tinha mais amizade da infância e agora parece que sempre fomos como naquelas vezes. 

Uma lista de coisas que aconteceram nesses últimos 60 dias:

⭐ Conheci muita gente de muitos cursos
⭐ Pilhei evento que tinha tudo pra ser 10 e foi podre
⭐ Assisti uma peça chamada "A Coisa", que era TCC de uns guris das Artes Dramáticas
⭐ Fui na Cinemateca Capitólio 2 vezes (um cinema de rua muito legal!)
⭐ Tive aula e visitei a Casa de Cultura Mario Quintana inumeras vezes e ainda não sei me localizar super bem lá
⭐ Experimentei o famoso strogonoff do Renan
⭐ Comi na Lancheria do Parque depois da exposição do Magrito
⭐ No caminho da lancheria pra casa faltou luz no centro inteiro! De noite e escuro, e umas velhinhas nos seguindo sokdspofkds
⭐  Risquei tanto no Instituto de Artes que eu e outro amigo (a gente sempre desenha junto) estamos sendo citados em teorias escritas nas paredes!! Com certeza meu maior momento de fama
⭐ Não estou mais namorando
⭐ Fui modelo em um ensaio fotográfico no quarto-studio do meu colega que manda muito na fotografia
⭐ E modelo numa aula de desenho da faculdade na turma dos calouros!
⭐ Visitei muita exposição e galerias e museus e pinacotecas e cafés
⭐ Criei um coletivo com mais dois colegas que se chama Criatura
⭐ Andei de onibus sozinha e meus amigos (gente obrigada demais vcs são os melhores!!) me encontraram na chuva e na escuridão 
⭐ Fui no show da Sophia Chablau e Uma Enorme Perda de Tempo, fiz ela me dar dois autográfos porque o primeiro era num papel que era obrigada a deixar na porta dpflosdfpsdfijsd
⭐ Não voltei pra Osório em dois finais de semana
⭐ Devido a um problema de comunicação, erramos a sessão de cinema e ao invês de ver o documentário da Tropicália vimos um documentário francês maluco sobre um ator que decide concorrer a prefeito como experimento social
⭐ Os guardinhas da lagoa me pegaram desenhando atrás de uma placa, o que rendeu um dialogo-monólogo muito tosco por parte do chefe dos guardinhas
⭐ Li Navalha na Carne e assiti Querô, e só descobri no final do filme que também era do Plínio Marcos
⭐ Andei de bike na redenção e é incrível
⭐ Comecei a fazer bolsa na Gráfica da faculdade
⭐ Ajudei a organizar a festa junina das artes
⭐ Troquei músicas alguém que me deixa confusa sobre amizade (de um jeito bom)
⭐ Fui em uma festa balada muito ruim e afirmo com certeza absoluta que esse não é meu rolê
⭐ Primeiro seminário em grupo da cadeira de seminário, ai que dor!
⭐ Visitei o Campus do Vale
⭐ Fui em um restaurante vegetariano muito bom, obrigada Ricco!
⭐ Dormi em uns 8 de 10 filmes que assisti em grupo
⭐ Cai de skate (da Melissa) na pista da orla, ralei o joelho e quebrei o celular (agora a tela é toda preta) e estraçalhei o hidratante labial
⭐ Sai a semana inteira e comecei a gostar de ter um tempo sozinha em casa
⭐ Furei muita fila do RU
⭐ Fico triste do apartamento ser tão pequeno que não cabe minha gatinha Ursa 
  

uma quase oficina de cianotipia

negativos impressos em folha de retroprojetor

Participei de uma oficina de cianotipia ministrada pela professora de fotografia da faculdade, foram 2 dias e foi a primeira vez que vi uma professora do curso ao vivo. Cianotipia é um processo de impressão monocromática e manual que ocorre por emulsão e exposição a luz ultravioleta.  A emulsão, ou seja, o composto químico  é uma solução de citrato férrico amoniacal de cristais verdes e ferricianeto de potássio, ambos diluidos em água, que quando misturados em partes iguais apresentam um tom amarelo-esverdeado meio fluorescente. Essa mistura reage com a luz ultravioleta  possibilitando a impressão de negativos (como os acima) ou objetos que estiverem entre eles (solução e luz). 

Pulando a parte teórica da coisa: na oficina os quimicos já estavam prontos e eles são facilmente encontrados na internet como kit de cianotipia. São dois vidros, um com cada quimico já diluido em água que é só misturar igualmente, conforme a quantidade que pretende usar (sempre indicado preparar a emulsão em pequenas quantidades porque jogar fora esta fora de opção!) num ambiente com pouca ou nenhuma luz, passar com um pincel largo em papéis ou tecidos da tua preferencia. Os papéis mais tradicionais pra isso são com fibras naturais, para aquarela 300g. Em seguida os papéis devem ser secos, nós utilizamos um secador de cabelos. 

Depois da emulsão pode se fazer duas coisas: 
1. Guardar os papéis emulsionados em um envelope ou pasta pretos, onde a luz não irá interfir, para usar outra hora ou
2. Continuar o processo escolhendo o que será impresso! Pode usar qualquer coisa para montar sua composição, só precisa ter em mente que tudo que estiver obstruindo a luz ficará branco e o que estiver exposto ficará ciano/azul. 

Eu fiz experimentos com plantas e com negativos que imprimi em papel para retroprojetor em casa mesmo. Esses papéis são transparentes e próprios para impressão em jato de tinta, ai só precisa editar a foto que tu quiser como um negativo e imprimir do lado correto!!! Caso imprima do lado errado a folha não irá absorver a tinta, nesse caso é só limpar com álcool e papel toalha e imprimir do lado certo.  

Com a composição pronta é preciso montar um sanduiche que siga essa ordem de montagem: 
1. Papel com a emulsão
2. Composição
3. Uma placa de vidro, que seja ao minimo  do tamanho do papel para deixar tudo no lugar e tudo beeeem preso porque se o objeto não estiver bem perto a imagem não ficará nitida na impressão. 

Agora só expor no sol ou na luz negra. 15 minutos de exposição em uma luz forte já são o suficiente para um resultado legal. Esse processo todo é bem experimental então nada tem uma super regra e tudo que falei pode ser modificado ou feito de outra forma conforme o teu objetivo.

antes da lavagemdepois da lavagem


Enquanto está exposta a luz a emulsão muda de cor, indo do amarelo-esverdeado para um verde escuro meio musgo e por fim para um tom mais cinza com detalhes em azul, como na foto a direita. Essa foi a primeira cianotipia que fiz, usei umas plantas que tinha no jardim da casa onde aconteceu a oficina. Quando começa a ficar nessa cor quer dizer que já está bom para ir para a próxima etapa: a lavagem. Só colocar a folha em um recipiente com água, nos usamos aquelas bacias de carne que tem um formato meio caixinha de areia de gato. Dependendo do tamanho da folha é reciso trocar a água da bacia algumas vezes. A lavagem retira a goma deixada pela emulsão e revela o resultado final da impressão. Por último é só secar a folha com o secador ou deixar secando naturalmente. 


Essa da esquerda foi a primeira que fiz sozinha, com umas folhas emulsionadas que trouxe pra casa.Não tinha uma placa de vidro então grudei as folhas todas no vidro da janela, onde tinha bastante sol e deixei por uns 40 minutos. A imagem apareceu mas não ficou perfeita. A da direita fiz no último dia da oficina, depois que mostrei a anterior para professora e ela disse tudo que tinha acontecido. Quanto mais tempo exposta a imagem mais escuro fica o azul, e assim o contraste não fica tão bom. Além disso teve o desfoque causado porque o negativo e a folha não ficam bem coladinhos no vidro da janela, sempre fica um espaço. Juntando tudo isso acabei perdendo muitos detalhes da imagem. 

Na última aula também descobri que tem umas misturas que servem como intensificador ou clareador, para passarem na folha depois da revelação. A imagem da esquerda estava ainda mais escura antes, nessa foto eu já tinha passado o clareador e lavado ela de novo. O clareador é feito com um pouco de vinagre branco de álcool misturado em água e o intensificador com água oxigenada 10 volumes também misturada em água. Eles agem como um editor de fotos totalmente manual e analogico. 

monotipia resultante
negativo impresso em folha de retroprojetor

Nessas últimas fiz alguns experimentos. A primeira (superior direita) burrifei água enquanto passava a emulsão no papel, deixei absorver um pouco e depois sequei com o secador. A debaixo dela também fiz sem vidro, porém coloquei numa caixa de luz negra que minha mãe me falou que tinha na loja, ela é pequena e cabe no máximo folha A5. A do lado foi das que deixei muito tempo exposta e na janela, não da pra ver nada dopsfkdspofk

FIM.

ping-pong



Tag de perguntas e respostas rápidas. Só pode responder com uma palavra. Não pensar.


1. Onde está seu celular? Mesa.

2. Seu namo? Saudades.

3. Seu cabelo? Belooo.

4. Sua mãe? Melancolica.

5. Seu pai? Distante.

6. Seu objeto preferido? Camera.

7. Seu sonho da noite passada? Nescau cereal.

8. Sua bebida predileta? Suco.

9. O carro dos seus sonhos? Aventura.

10. O quarto onde você está nesse momento? Sonho!

11. Seu ex? Inexistente.

12. Seu medo? Barata!

13. O que você deseja ser em 10 anos? Ricaaaa.

14. Com quem você passou a noite passada? Gatinhas. 

15. O que você nao é? De dizer não. 

16. O você fez por ultimo? Assisti Jawbreaker.

17. O que você está usando? Pijama.

18. Livro predileto? Morangos Mofados.

19. A ultima coisa que você comeu? Alpino.

20. Sua vida? Chataaaa.

21. Seu humor? Porre.

22. Seus amigos? Longe.

23. Em que você está pensando nesse momento? Fazer algo.

24. O que você esta fazendo nesse momento? Escrevendo.

25. Seu verão? Trabalho.

26. O que está passando na sua TV? Youtube.

27. Quando você sorriu pela ultima vez? Vendo Jawbreaker opsdkfopdsfk

28. Quando você chorou pela ultima vez? Não lembro.

29. Escola? Terminei.

30. O que você esta escutando nesse momento? Dancin' Late At Night do Jonathan Richman, The Modern Lovers.

31. Atividade predileta dos finais de semana? Sair.

32. Profissão dos seus sonhos? Artista.

33. Seu computador? Bom.

34. Do lado de fora da sua janela? Lavagem de carros.

35. Cerveja? Eca.

36. Comida mexicana? Bom demais.

37. Inverno? Filminho.

38. Religião? Sei lá.

39. Ferias? Em Floripa por favor.

40. Em cima da sua cama? Manta.

41. Amor? Volta.

027: porque queria muito contar

filme: Legalmente Loira (2001)

Todas as minhas vontades foram embora, como aquelas cenas de personagens fugindo com uma trouxinha. Verdade verdadeira: não tenho mais vontade nenhuma de nada que necessite de esforço, de fazer, de mexer, de sei lá eu! (E isso esta acabando comigo já que é final de semestre e tenho mil e um projetos e trabalhos para entregar com urgência!)  Minha playlist favorita no momento é a Rádio da música Baby Please Don't Go  que salvei a umas semanas atrás e o album Rita Lee da Rita Lee de 1979

Tenho visto uns filmes de meninas e amizades dos anos 2000: Legalmente Loira (2001), que nunca tinha visto até então e Todas Contra John (2006), que lembro vagamente de ver minha mãe quando eu era criança. E assistir esses filmes está sendo a única coisa quase gratificante no momento. Queria muito que um grupo disposto de garotas aparecessem do nada e ai tivesse uma sequência de transformações de moda e estilo e personalidade e amigos para que eu renascesse e voltasse a ter algum sopro de vida! 

filme: Todas Contra John (2006)

Meus amigos estão todos indo embora ou sem tempo. Parei de ir trabalhar porque em maio vou começar a organizar minha mudança pra Porto Alegre, já que as aulas da faculdade vão voltar presencial totalmente e também porque eu odiava trabalhar. Como moro no litoral não é tão distante, só 1h de carro. Vou dividir um mini apartamento com minha prima, tem um banheiro, uma cozinha minuscula com uma quase lavanderia e a área comum que divide tudo isso. Estou ansiosa em todos os sentidos pra todas essas mudanças. 

Semana passada participei de uma oficina de cianotipia dada pela minha professora de fotografia da faculdade e foi muito legal. Nessa semana terá o segundo e último encontro. Preciso fazer uns trabalhos para a cadeira de Oficina de Criação Tridimensional, que é como uma cadeira de escultura só que super super livre, os temas dos trabalhos que faltam são: vestir, natureza/meio ambiente, livre e verbos. Hoje fui na Rural, que é uma escola que tem aqui que é aberta e atrás dela tem trilhas para subir o morro, Fui lá para me inspirar para o trabalho de natureza mas ainda não sei o que faço. Essas propostas dão um nó em mim.

026: sintomas e shows

soneca

Minha gata Soneca está sumida desde sábado a noite!!!  Não é a primeira vez que falo sobre um gato fugido aqui e peço a deus que seja a última. A Soneca é a gata mais felina que eu tenho e ela é carinhosa e se assusta muito fácil, não sei como ela sumiu já que tem medo da porta do apartamento. 

Mandei muitas cartas esse mês e recebi umas quantas desde o início do ano. Comprei um impressora que imprimi colorido e scanneia muito bem. Estou com medo de não conseguir dar conta das coisas. Sinto que nuuuunca mais vou viver como antes, parece que não tenho mais atenção nem memória e que tem sempre um desconforto que me suga toda a vontade, fico só perdendo tempo. 

Agora eu trabalho só quando não tenho aula (mesmo não sendo presenciais), o que significa que é praticamente meio periodo e isso melhorou muito algumas coisas. Segunda-feira que vem (dia 14) vou ter minha primeira aula presencial desde que comecei a faculdade!! E nem vai ser uma aula normal ou só pra gente se conhecer vai ser uma apresentação dos trabalhos feitos até agora. Ansiosa em todos os sentidos da palavra. 

As últimas semanas foram bem animadas pois teve uns shows da Gato Vesgo e outras bandas da cidade que ajudei a organizar, o primeiro também sugeri de fazermos uma exposição junto e foi muuuito legal. Sempre faço os cartazes de divulgação. O Bar da Meg é um lugar que até pouco era um bar secreto (=clandestino) e não se sabe se alguma coisa mudou safkdpsokfsdo lá bem legal e alternativo e que infelizmente só vende salgadinho torcida e pirulito para comer, tem mil formas de cadeiras e as mais diversas mesas e um abajur de plumas com luz vermelha, fica perto da faixa e  as vezes vai uma galera velha esquisita mas quando tem evento assim lota de gente conhecida. 

Nesse último cartaz eu usei minha gata, a Ursa e o branco (o nome dele é um caso complicado) e no outro usei uns recortes que tinha guardado a anooos e outros que recebi numa cartinha de uma amiga de Brasilia. Também fui numa session da banda Ovo Frito em Canoas e eles são demaaaais, a gente trocou adesivos e depois eles vieram pra cá tocar tbm. O som deles me lembra Boogarins e mais umas bandas que não to lembrando agora aa fokdspofksd desculpa (é verdade isso de estar perdendo a memória!). 


Esse é um trabalho que fiz pra cadeira de Sistemas de Representação que é um nome chique pra fotografia. A proposta era: "descontrução da perspectiva a partir do exercício proposto no livro Composição - David Prakel". O texto era bem interessante e objetivo e tinha esse exemplo incrível que é a obra Ian washing his air. Em resumo o texto fala sobre como o cubismo ignora o conceito  tradicional da perspectiva e simplifica a forma ou utiliza diversos pontos de vista na mesma imagem, e isso inspira na colagem, na pintura vorticista... que por sua vez inspira David Hockney em 1970 na fotografia. Ele começa a experimentar com a perspectiva, expandindo o tempo e o espaço e criando narrativas complexas através da montagem de joiners, como chamava, a combiunação de imagens do mesmo assunto tiradas de diferentes pontos de vista em diferentes momentos no tempo.

Eu estava esperando um momento legal para em fim fazer o meu primeiro joiner e decidi que no show da Gato com o pessoal tocando seria o melhor  para registrar todo esse passar do tempo e angulos e emoção e suor. Gostei bastante do resultado e estou ansiosa para fazer mais. 


Em breve, quero escrever mais sobre os trabalhos que estou fazendo para a faculdade. Todas as propostas são muito legais e quando eu tava pesquisando sobre o curso dificilmente achava algo para saber mais de fato, então acho que vai ser interessante ter isso registrado. 

Coisas que vi e guardei pra ti:

025: fim do arco-iris

É muito estranho pensar nos números dos anos e como tudo é tão futurista, em 2011, eu criança, já achava estranho dizer dois mil e onze. Tudo era igual mas falar uma coisa dessas soava distópico. Em 2011 eu ia a biblioteca pública quase toda semana e tinha uma vontade insaciavél de sempre estar fazendo algo, de estar na rua, numa aventura, de conhecer e falar e de ter 12 anos de uma vez. Bem antes disso tudo o que eu mais desejava no mundo inteiro era que minha familia se mudasse, e nossa, nem acredito que finalmente isso aconteceu. Finalmente tenho um quarto só pra mim com todas as minhas coisas (e meu deus, tenho mais coisas do que deveria ter!). 

É dia 17 de janeiro e tenho ouvido muuuuuuito The Doors. Viajei com um amigo e a familia dele pra praia em Itabiraquera/SC. Ainda tou trabalhando (aaaaaaaa!!), mas a partir dessa semana será só meio periodo pois minhas aulas retornaram e não quero mais sacrificar por essa porcaria de emprego (porém as coisas não são tão facéis).  Vou começar a ler um livro que meu amigo indicou que se chama A Morte A Morte de Quincas Berro d'Água. Queria sair pra comer naquela padaria cara e fazer um mecha verde mas odeio gastar.

Enquanto organizava o quarto com as coisas da mudança tentei me livrar de coisas que não me serviam mais. Joguei muitos desenhos antigos e papéis do ensino fundamental fora, nisso encontrei essas provas de que meus 14 anos foram os mais tristes: 

10 DE FEVEREIRO, 2016
Quarta-Feira
Um dia depois do Carnaval

Nota sobre as férias
Poderia talvez os raios atingirem diretamente meus pulmões, de tão fina é minha pele. Mas eu jamais daria essa chance a eles. Por isso passo os 90 dias em casa, jogando minhas esperanças no lixo orgânico e vendo se elas ajudariam as plantas a nascerem.


PS: foi em Maio de 2016 que comecei a escrever aqui.

Tenho um trabalho para entregar quinta. Acho que vou mostrar os trabalhos desse semestre por aqui, pressinto que esses dias serão melhores.