012: nunca tinha feito antes

A Bruna esta fazendo o projeto 366 nuncas, que é fazer em cada dia do ano algo que tu nunca fez antes. Estou acompanhando as coisas que ela faz e sempre fico com vontade de fazer praticamente todas, até o fim da vida espero ter feito. Nessa semana percebi que fiz várias coisas pela primeira vez e estavam passando despercebidas até que escrevi essa lista, e me senti bem com isso. 

Passar o fim de ano sem a minha família. Meus pais se separam no meio de 2019, esta sendo difícil para todos nós em muitos aspectos. O fim do ano nunca foi uma coisa muito divertida, e sinto que nem meus pais gostavam tanto. Passei com um pequeno grupo de amigos na casa de um deles, foi triste e legal. 

Ir na casa do Pedro engloba muitas primeiras coisas, ele mora num bairro distante do resto da cidade, precisa ir pela autoestrada para chegar lá e demora uns 15 minutos de bicicleta. Fui pela segunda segunda vez na casa dele mas a primeira em que vou de bicicleta. Foi muito bom pois gosto de pedalar e também pude conhecer mais dessa parte da cidade que não sei muito. Tenho outro amigo que mora lá, o Gustavo, a família dele tem um mini-mercado. Nesse dia em especifico que fui de bicicleta nós estávamos planejando fazer cupcakes para levar no aniversário de um outro amigo no dia seguinte, fui pela primeira vez no mercado do Gustavo (eu tinha muita curiosidade!!) e compramos confeitos e chocolate. O mercado e super perto da casa do Pedro.

Fazer trilha com muita gente. Temos essa tradição, que começou com a minha vontade gigantesca de fazer uma trilha no primeiro dia de janeiro do ano passado, nessa vez tinha só eu e mais 4 amigos. Esse ano nós fizemos um pouco depois do dia primeiro, porém muito mais gente participou e foi muito mais legal! Nós fizemos a Trilha da Santinha, que é no morro que tem na cidade, subimos até o mirante e depois fomos na rampa de voo livre que era um pouco mais pra cima. Antes de voltar  comemos pastéis com massa caseira num restaurante que tem lá perto e fizemos bolhas de sabão gigante. 
Pedro na mata durante a trilhaQuase todo mundo da trilha muito cansado no mirante

Tirei essas fotos com a minha câmera aquela, não sabia eu que seriam as últimas ☹  Nesse mesmo dia quando cheguei em casa e fui tirar as coisas da mochila percebi que estava tudo molhado porque não tinha fechado muito bem a garrafa de água, a câmera estava solta lá dentro já que essa mochila só tem um compartimento. Desde que se afogou a câmera não liga mais, e assim foi a primeira vez que estraguei ela ☹

Brownie sozinha! Já tinha feito brownie com outras pessoas e brownies de pacote, mas foi a primeira vez que fiz um do zero sozinha. Depois que fiz, cortei metade e levei para comer com uns amigos, quando voltei para casa o resto do bolo estava infestado de formigas. Mas vou fazer de novo e guardar melhor na próxima. 

Deixar currículos com o Pedro, nós estávamos combinando de fazer isso desde dezembro acho. Quero muito trabalhar para ter meu próprio dinheiro, melhor ainda se for na área do meu interesse. Mas arrumar um emprego não é fácil, além do mais quando a cidade é tão pequena e cheia de panelinhas quanto onde moro, e eu também sou muito envergonhada. Nós deixamos cada um três lugares diferentes porém nenhum de nós obteve resposta. Acho que vou acabar fazendo outra bolsa na escola. 

⭐ Ler Sylvia Plath. Desde o ano passado estou curiosa pela Sylvia Plath, Virginia Woolf e Clarice Lispector, mas não tinha lido nada de nada. Esse ano quero ler muito, e também quero ler as leituras obrigatórias do vestibular. Já estou terminando a Redoma de Vidro e, que livro! Comecei a ler  apenas por ser o mais popular dela, nem sabia sobre o que se tratava, acabei descobrindo no meio da leitura que era uma semi-biografia (amo biografias!) e ao contrario do que eu pensava a leitura é ótima, super leve, fácil, grifei vários trechos que me identifiquei, poético da minha maneira favorita.   

Ir na pista de skate. Desde que construíram ela em 2012, eu tinha muita curiosidade em ir lá, mas nunca fui porque não sei andar de skate. A vontade passou e até esqueci que esse lugar existia. A pista fica de frente pra lagoa e da pra ir lá a pé do centro. Nesse dia um amigo meu que é um ano mais novo na escola estava tirando fotos com sua câmera nova, e tem várias fotos de todo caminho que fizemos até lá. 
             

pilha de revistas maneiras

Capitolina Vol. 1
"Criada por jovens que sentiram falta de ter suas experiências representadas na mídia para este público, a revista tem a intenção de estabelecer um diálogo honesto com as leitoras, sendo acessível e interessante de forma inclusiva, sem restrições de classe social, raça, orientação sexual, aparência física, ou qualquer outra forma de interesse[...]"

"[...]buscamos abarcar os mais variados assuntos para que as mais variadas garotas consigam se encontrar na revista. Nossa intenção é representar todas as jovens, especialmente as que se sentem excluídas pelos moldes tradicionais da adolescência, mostrando que elas têm espaço para crescerem da forma que são. Além disso, buscamos mostrar para nossas leitoras as belezas de suas próprias vidas, ao contrário de criar um mundo aspiracional. Para nós, é imprescindível que as garotas vejam suas realidades como algo que deve ser apropriado, em vez de negado. Assim, a Capitolina tem como um dos intuitos mostrar às suas leitoras que as dificuldades pelas quais elas passam são válidas e também possíveis de se resolver sem a necessidade de recorrer a um mundo fictício. E que, apesar de seus problemas, o mundo em que vivem é, sim, um lugar fantástico."

Capitolina começou em 2014, é uma revista online independente e a que eu acompanho mais e a mais tempo. A equipe é composta com mais 30 colaboradores, entre fotografas e ilustradoras, há muitas entusiastas e estudante responsáveis pelas colunas artes, se liga (música), saúde, esportes, relacionamentos & sexo, culinária & fvm, tech & games, fala mais, poéticas, sociedade, ciência e tecnomania, e educação. 

As matérias são muuito bem feitas e interessantes, sempre aprendo algo novo e termino o texto com muitas ideias e questionamentos sobre a vida, definitivamente faz pensar e querer saber mais sobre.  Mais ou menos mensalmente a Capitolina tem uma tema o qual tem a ver com as principais matérias da temporada, fora da internet já possui duas edições impressas. 

 ilustração de Fernanda Kissy para a OvelhaMag
A Ovelha também começou em 2014, e o nome é uma maneira irônica de apontar como as mulheres são comumente vistas pela sociedade. A leitora seria o ponto fora da curva que, como Rita Lee canta, é uma ovelha negra. Ela não é como todo mundo. Ela é única.

Tem 5 colunas principais: inspiração, cotidiano, entretenimento, estilo e música, e busca atender as mulheres que não se sentem representadas pelas revistas e jornais convencionais. As matérias também são incríveis e muito inspiradoras!! Confesso que conheço a um certo tempo, mas sempre esquecia de acompanhar, porem estou visitando mais ultimamente. Já conheci muitas artistas, descobri e me diverti muito pelas páginas da Ovelha.     

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No ar desde 2015, Minas Nerds é uma iniciativa para ampliar a voz e representar as mulheres no meio geek e nerd. A equipe também é presente em eventos de cultura pop, palestras, mesas de discussões e ate curadorias. 

Mesmo o assunto principal sendo cultura nerd, as matérias não se prendem a uma só coisa e sempre incluem questões sociopoliticas, incentivando o protagonismo feminino, analisando o impacto dessa cultura na sociedade e debatendo, questionando e compreendendo o modo como ela é pensada e produzida a partir de um ponto de vista feminio e feminista. 

A minha série favorita é "Um guia dos quadrinhos das minas", que em cada edição lista uma série de quadrinistas incríveis! Além da coluna das HQs, tem cinema e tv, games, estilo nerd (focado em cosplay), feminismo, literatura, música e ainda mais o podcast, MinasCast

Cabeça Tédio - Punk Feminista

Uma das minhas maiores inspirações, Cabeça Tédio, criado em 2006 e não mexido desde 2018 é a minha enciclopédia suprema do Riot Grrrl. 

"Nosso objetivo é falar sobre cultura feita por mulheres (e estimular que ela se desenvolva, sempre), seja ela contra-cultural ou não, seja feita por meio de música, zines, documentários ou outras plataformas. Tentamos sempre traduzir materiais sobre Riot Grrrl para que quem não lê em inglês tenha acesso a informação sobre o assunto. Nos afastamos e repudiamos valores sexistas, machistas, racistas, homofóbicos, capacitistas, especistas, transfóbicos e antiquados, pois o pessoal é político."

Riot Grrrl + Punk Feminista + Zines + Contra-Cultura + Faça Você Mesma