minhas histórias em quadrinhos

Não consigo ficar uma aula inteira sem rabiscar uma folha de ofício, uma lista de exercícios, um lembrete colorido, ou o caderno de filosofia (que na verdade é de desenhos, porque nunca tem que escrever nada). Gosto de desenhar as coisas que quero explicar, de me distrair quando não entendo nada, de riscar as mãos com caneta esferográfica, de anotar o que acho engraçado, e inventar histórias sem sentido sobre o que acontece.   
Sempre gostei da ideia de histórias em quadrinhos. O problema é que nunca tenho a história quando da vontade de desenhar. Penso no que vai acontecer enquanto desenho, por isso muitas vezes fica sem sentido nenhum. 

Essa foi a primeira história que pensei mais antes de desenhar, e também a unica em que praticamente terminei. Fiz no inicio de 2015, nas férias. Eu me sentia bastante sozinha, e havia visto The Craft a uns meses antes. Ainda quero desenvolver mais a história. Sempre que possivel penso o que aconteceria antes desse episodio. As personagens da primeira imagem são como eu faria elas hoje em dia. 
Em alguma aula chata do ano passado. Não pensei no que aconteceria, decidia na hora que começava o próximo quadro. Ela não morre no final, apenas cai. Um tempo depois que fiz esse quadrinho, eu e minhas amigas decidimos adaptar para um curta-metragem. Ficou bem ruim, mas foi divertido fazer ate. 
No inicio desse ano, tinha um trabalho o qual tínhamos que fazer um texto. Mas texto era tudo, e não apenas palavras. A maioria de meus colegas fizeram charges criticando algo, ou bonitos textos com histórias dramáticas. Eu passei as três semanas pensando em como seria minha história em quadrinhos. De inicio queria que se passasse numa floresta, e que fosse meio assustadora. Quando já havia feito dois quadros, tudo fez sentido para mim.
A ultima que fiz, foi essa semana ainda que terminei e é para a oficina de desenho que participo na escola. Vamos fazer a oficina com crianças durante a feira do livro da cidade, e acho que será bem divertido. O objetivo dela é fazer algum tipo de desenho, sobre histórias que outros alunos escreveram. A minha é do texto Quem é você? de uma menina chamada Maria. 

ao meu primeiro amor

não sei se é ela mesmo ☹
Para o meu amor (não) correspondido,

A primeira vez que te vi. Isso foi a alguns meses atrás, mas lembro disso todos os dias. Isso me persegue e condensa em todas as minhas memórias. Tudo que sai da minha boca acaba tendo fim em algo que me lembra de ti. Nunca irei dizer nada, pois sou covarde. 

Em novembro, no sábado. Talvez tu não se lembre disso, talvez só eu tenha visto. Mas vou lembrar disso todos os dias, e estará em todas as minhas memórias. Nunca mudarei nada. Quando me abraçou de repente, e eu provavelmente corei e corri. Eu queria que fosse assim todos os dias. 

Pensei nisso durante as férias de verão inteiras. Principalmente pela manhã.  Que era feliz e triste. Eu queria que todos os dias fossem como aquele, mas eu tenho medo e não vou dizer nada, não vou mudar nada e nem fazer nada. Vou guardar isso em segredo, pois só pertence a mim.    

poesias da escola

ilustração Sola! (1900) de Emilio Longoni Precisei escrever poesia aldravista para a disciplina de literatura. Essa, é um tipo de escrita que surgiu em Minas Gerais nos anos 2000, precisa possuir diversas formas de interpretação, e deve haver apenas seis versos. Cada um com apenas uma palavra. Além disso tinha que fazer uma poesia crônica. Nessa me perdi um pouco, e acho que não fiz certo. 

sem nome I 
bife
de
fígado
é
muito
ruim

Triste 
mel
colhia
as
pessoas
das
abelhas

Confinado
não
consigo
respirar
trancado
aqui
dentro
Fugir 
ir para longe
só ver azul e verde
da janela

acordar com sol
no rosto

escrever bonitas cartas
dobrar origami
selar para sempre
todas as orações
que já foram
certa vez
únicas