lista de reprodução número um

não achei de quem é a foto ☹
A primeira vez que criei uma playlist foi 2014 (em númerais romanos MMXIV), eu tinha 13 anos. Provavelmente o nome dela,  pelo que me lembro, era Unicórnios Fantasmas MMXIV, porém quando passei para o computador e depois para o Spotify achei meio tosco e deixei apenas o ano. Ela foi muito importante na minha vida, pois foi quando comecei descobrir minhas próprias bandas favoritas sozinhas. E também, eu só tinha uma playlist então a ouvia em todos os momentos, quando andava na rua, enquanto me arrumava, antes de dormir (até dormir), quando ficava triste e quando ficava muito feliz. Já faz um tempo que não ouço ela, mas fiquei com saudades ☺    

10 centavos

filme: Almost Famous
Os tambores rufavam grotescamente. A câmera pesava em meu pescoço. Antes mesmo de notar a presença deles, Pedro e o menino do cachecol vermelho posaram. Para mim, quando alguém posa é impossível não tirar uma foto. Sinto que se não tirar ao menos uma fotografia mesmo que desfocada, estaria sendo rude e consequentemente alguém ruim. Eles posavam sempre que me viam, e posavam ao fundo enquanto eu fotograva outros rostos. E eu adorava retrata-los, mesmo que desfocados. 

Ao meio dia, encerraram-se as atividades olímpicas. Pedro, o menino do cachecol vermelho e eu fomos a Praça 1, ao lado do colégio. A Praça 1 é um lugar de pouco movimento ao meio dia, esse dia inclusive só havia nós três. Pedro contou-nos sobre o dia anterior, o qual gastou seus dez centavos em uma sacola plástica rasgada dos supermercados Asun, que ele levava no bolso da calça de moletom. Pedro completou dezoito anos na quinta-feira, e agora pode gastar seu dinheiro como quiser. Mesmo assim ele disse que não podia levar a sacola para casa, e pediu ao menino de cachecol para guarda-lá em baixo da cama. 

PS: Essa história talvez seja nonsense demais para alguém que não estava lá, e não sabe o que aconteceu antes ou depois. Mas eu queria deixa-lá registrada aqui por mais que não tenha nada demais.

e se fosse assim?

fotografia de Arthur Schatz
Quando eu era menor pensava que a vida era uma história, e que uma criança lia antes de dormir. E que quando nós dormíamos era porque ela havia parado de ler. As vezes eu também imaginava que quando eu não via as pessoas elas ficavam imoveis, paradas, inertes. Como em Coraline, sabe? Que o mundo e construído, algumas coisas não existem e quando ela não está param de funcionar. E as outras pessoas eram apenas figurantes que só iam para rua quando eu estava olhando.

Já cheguei a pensar que as pessoas entravam dentro da TV antes dos programas começarem, e que o mundo era na verdade uma célula microscópica dentro de outro ser vivo. E se for mesmo? E se tudo que falei for verdade? E se a galáxia for o ouvido desse ser?

O mundo é tão complexo que as vezes me deixa confusa, como cair em uma toca de coelho sem saber onde vai dar. 

E como seria se a vida tivesse uma trilha sonora sem fim? Que fosse possível voltar no tempo sem afetar nada? Que a telecinesia fosse uma habilidade comum, como um dos cinco sentido? Que ficar invisível fosse tão simples como piscar? Mas quem sabe um dia essas coisas se tornem realidade...? 

PS: Escrevi isso no dia 18 de outubro de 2014 num blog que tinha com a minha melhor amiga. Eu tinha 13 anos e 5 meses. Lembrei em como achei legal quando escrevi, e agora, depois de reler continuo achando bom.

eu nunca

Li a tag no grupo Se Organizar, Todo Mundo Bloga, que achou nesse blog. Nunca brinco de Eu Nunca, porque tenho medo de certas afirmações serem evasivas, evasivos, invasivas (me perdi) demais. Eu gosto de segredos. 

Eu nunca usei meia calça arrastão (mas queria)
Eu nunca fui ao cinema sozinha
Eu nunca comi atum nem sardinha (ugh!)
Eu nunca viajei para algum lugar de balão
Eu nunca tomei catuaba
Eu nunca tive interesse em politica 
Eu nunca ganhei um videogame
Eu nunca falei palavrão ou palavras que considere feias de alguma forma
Eu nunca beijei mais de uma pessoa
Eu nunca soltei um pássaro (nunca prendi também)

bandas nacionais show

Apanhador Só
Minhas bandinhas (atuais) nacionais favoritas numa lista em ordem aleatória. Na foto acima, Apanhador Só no lançamento de seu álbum, Acústico-Sucateiro em 2011. É triste saber que essa banda existe desde 2005 e eu só descobri esse ano depois de ouvir um amigo cantando.


Em 2003 em Porto Alegre surge a banda independente, Apanhador Só. Três anos depois lança o primeiro EP, Embrullho Pra Levar. Disso, se seguiu aberturas de shows em São Paulo, reconhecimento e três discos, todos gravados em formatos diferentes como fitas cassete e vinis. O ultimo álbum foi lançado esse ano (2017), e da pra fazer o download dele, e de todos os outros no site. 

Se quiser, comece ouvindo essas: Vitta Ian Cassales, Despirocar, Maria Augusta, Nescafé, O Rei e o Zé, Cartão Postal, Líquido Preto,  Bem-Me-Leve, Metropolitana, Linda Louca e Livre


Dingo Bells, não achei muito sobre ☹  O primeiro álbum Maravilhas da Vida Moderna foi lançado em 2015. Conheci a banda no mesmo ano em um vídeo de indicações de bandas nacionais do Minuto Indie. Essa banda também é gaucha (possivelmente de Porto Alegre), e se apresentou no Pepsi Twist Land, onde eu assisti e foi demais!

Minhas favoritas do álbum: Dinossauros, Eu Vim Passear, Maria Certeza, Lobo do Mar, Mistério dos 30


Móveis Coloniais de Acaju, teve origem em Brasilia no ano de 1998. Apresenta influencias do leste europeu com música popular brasileira, ou como é denominada pela banda feijoada búlgara. O nome teve como inspiração um conflito fictício que une índios e portugueses contra ingleses da Ilha do Bananal. Desde o fim de 2016 a banda está em pausa por tempo indeterminado. 

As primeiras que ouvi: O Tempo, Não Chora, Sem Palavras, Falso Retrato (U-Hu)


Sara Não Tem Nome, começou a compor as músicas para seu primeiro álbum, Ômega III aos 14 anos que foi gravado em 2015. Ela é artista visual, compositora e cantora. O titulo Sara Não Tem Nome surgiu na faculdade de belas artes, quando os alunos davam mais importância para a família e origem das pessoas do que para o que elas produziam. Aqui tem uma entrevista para o canal Arte 1, onde eu li soube mais dela.

Minhas favoritas do mundo: Geografia, Carne Vermelha, Dias Difíceis, Água Viva, Atemporal, Queda Livre

PS: queria colocar mais bandas, mas ai a lista ficaria entediante então se alguém quiser conhecer eu posso fazer outra lista ☺ Da pra baixar os álbuns de todas as bandas gratuitamente no site de cada uma delas.

the diane horror picture show

* Diane Arbus
Diane Arbus- I would love a giant Diane Arbus photo on my wall!
diane arbus (1)
Diane Arbus. This photo of the two children in the street really caught my attention. It shows the true nature of a child. Their care-free attitudes, their "goofiness."
artnet Galleries: Three Circus Ballerinas by Diane Arbus from Jörg Maass Kunsthandel   1964
Drag queens and grannies - diane arbus
Diane Arbus, Nancy Bellamy’s Bedroom, New York, 1961.
Diane Arbus. Identical twins, Roselle, New Jersey, 1967.  http://diane-arbus-photography.com/
Diane Arbus (Ella)
Diane Nemerov (Arbus), 1923 NY, iniciou sua carreira como fotografa em revistas de moda junto de seu marido, Allan Arbus. Os dois se encontravam as escondidas desde a adolescência pois os pais de Diane não permitiam o romance, pois eles também haviam enfrentado isso em sua própria juventude. Cansada da mesmice, durante os anos 50, Diane muda seu estilo fotográfico focando mais em cenas do cotidiano com pessoas comuns e marginalizadas. Tendo como principais cenários circos, hospitais psiquiátricos, necrotérios e quartos de hotéis. Ela gostava de fotografar personalidades excêntricas, com problemas físicos ou mentais, e peculiaridades únicas. Depois do fim de seu casamento, sofreu com  depressão e hepatite. Teve seu fim ao cortar os pulsos dentro da banheira, em 1971. Durante a vida, falou a um amigo que não queria ser conhecida apenas como "a fotografa de aberrações."

001: agosto é um mês diábolico



Darei inicio agora a primeira escrita dessa especie de diário. Eu tenho um diário bem pessoal no Tumblr, mas aqui escreverei coisas mais triviais e que não tenho tanta vergonha de mostrar aos demais. 

As aulas voltaram dia 31 de julho, e elas poderiam nunca ter voltado pois eu jamais sentiria saudade da rapidez com que ela faz minha vida passar. Agosto é o mês que nasceu meu irmão, que morreu meu avó. O mês do cachorro louco, e o qual os romanos acreditavam que um dragão voava pelos céus quando na verdade era a constelação de Leão. Eu nunca entendi as constelações. 

Durante o primeiro dia do mês ate agora eu não fiz muita coisa. Ouvi muita música nacional, principalmente Vitta, Ian, Cassales do Apanhador Só, Volta do Terno e Geografia e Carne Vermelha da Sara Não Tem Nome que se tornaram minhas músicas favoritas do momento. E ouvi bastante essa playlist do meu amigo, mas ainda não cheguei a escutar todas as músicas. 

Nunca tenho forças pra assistir programas na televisão (ultimamente), então eu vi um total de zero filmes e o primeiro episodio de Bates Motel. Os outros episódios dão erro sempre que tento ver, temporariamente desisti de concluir a série. Hoje peguei o livro Pequena Abelha do Chis Cleave na biblioteca, me parece um bom titulo.

Já apaguei dois eu até agora. Sempre escrevo eu demais e a maioria é desnecessário. No sábado eu doei um quilo de arroz num evento de liberdade de expressão que ajudei a organizar. Foi bem legal, tinha um palco e uma tecido pra desenhar e escrever o que quisesse. Não tirei fotos porque meu telefone quebrou a umas semanas atrás. Domingo fui na ComiCon RS, foi um evento bem pequeno mas foi interessante. Tinha bastante quadrinhos e artistas independentes. Comprei um livro muito meigo chamado Pétalas do Gustavo Borges. Ele autografou e escreveu meu nome!

favoritos do youtube #2

Está lista contém mais canais favoritos do Youtube em ordem aleatória, não são todos brasileiros. Pra ler a primeira lista é só clicar aqui! Desde aquela dia conheci alguns canais novos bem legais, e me lembrei de outros que não via a um tempo. Cada um possui um foco diferente, e é só isso mesmo ☺


Lila Cruz fala de zine, quadrinhos, arte, inspiração e da dicas. Começou não faz muito tempo a gravar, e os primeiros vídeos são em inglês!! Conheci no grupo Zine XXX, e adoro coisas que falam de quadrinhos e zines porque sempre me inspira a pensar em como vai ser a minha. Infelizmente eu nunca faço nada muito elaborado ou termino.


Observação importante: conheci o canal Matando Matheus a Grito por esse vídeo de cima, porque tava pesquisando sobre zines sodkasopdk. A edição dos vídeos é muito divertida, e ele é estudante de cinema (pelo que eu entendi). A temática dos vídeos é bem variada e a maioria é bem humorada, e tem a série Gente Maneira onde ele entrevista e mostra um pouco da vida de artistas da internet.  


A primeira vez que vi uma arte da Dont Be Weird Sara foi no Instagram, a tempos atrás. Recentemente soube dos vídeos, que são a melhor junção de áudio, vídeo, fotos e colagens que já vi. Tudo é tão calmo e apaziguante. Sempre depois de ver alguma produção dela começo a prestar mais atenção nas pequenas coisas ao meu redor, na vida. Ela é fotografá e tem vários videos de montagens de ensaios fotográficos que são esteticamente perfeitos!


La Madelynn, vegana e amante de cinema francês. É o que eu menos acompanho pois os assuntos dos vídeos (beleza, estilo, moda e favoritos) não me chamam atenção muitas vezes, porém a edição é muito bonita e cinematográfica. O meu vídeo favorito é This is Madelyn (o de cima sodkap), o qual já assisti umas cinco vezes.   


Bertie Girlbert, o aspirante a cineasta. Por enquanto só vi uns três curtas dele, e não tenho muito conhecimento para  falar sobre. Gostei bastante dos enredos e da fotografia. Além de dirigir e escrever ele também atua. 

documentários da minha vida

ilustração de Alyssa Berg

Em 2014 uma das minhas melhores amigas (da época), se mudou para outra cidade. Eu tive a ideia de gravarmos (eu, minha outra melhor amiga e mais alguns colegas), vários videos sobre o que acontecia na escola e no final do mês eu editaria  como um jornal de noticias e mandaríamos para ela. Isso durou umas três ou quatro edições bem ruins, que nem sei mais onde salvei. Porém isso deu início a tradição de a gente gravar coisas, só pela nostalgia de ver depois.

Desde lá eu gravo tudo, as vezes pensando em como ficaria aquilo em algo mais cinematográfico e ou juntaria em um vídeo para mostrar aos meus amigos depois. Também comecei a me interessar pela edição, e procurar saber mais sobre isso. Em 2015 fiz a primeira retrospectiva do ano, que era pedaços dos vídeos do ano inteiro com músicas que a gente gostava no fundo. Em 2016 fiquei tão ansiosa pra fazer a próxima, que acabei fazendo a parte um do inicio ao meio do ano e a parte dois do meio ao fim. Esse ano fiz a mesma coisa, acho que assim talvez não seja tão cansativo de olhar. Além das retrospectivas com vídeos de vários dias diferentes, as vezes faço algumas montagens sobre apenas um dia que foi muito legal, ou dias próximos. Depois de editar eu mando para os meus amigos pelo Google Drive, e eles gostam de receber e ver e as vezes contribuem enviando vídeos para pôr.

Mesmo com muita vergonha eu escolhi as mais legais, caso alguém quiser ver e até mesmo precisar de ideias e inspiração para começar a fazer.

PS: aconteceu alguma coisa de errado com o primeiro vídeo, porque ele não é privado e diz que ele é. Se quiser assistir ele, é só clicar nos outros e depois clicar de volta nele c; por enquanto isso funcionou, espero que pare de dar esse erro.

eu gosto de tomate

ilustração de Jonatan Cantero

Escarlate longa vida
Italiano
Cereja
Verde e frito
Eu gosto de tomate
direto do pé
na temperatura ambiente
sem conservante
livre de 
tóxicos 
sal
e vinagre

 pra saber mais do projeto

de quando cantávamos rita lee


Querida Sabine,

Essa é a primeira vez que escrevo uma carta de verdade, e por mais que tu não a leia muito em breve espero algum dia ter coragem, não de entregar apenas essa mas a de todos para os quais irei escrever. Sempre achei a ideia de trocar cartas um ato muito bonito, e de como seria legal durante a idade média. 

Nós nos conhecemos desde os cinco anos, estou escrevendo no ultimo dia de julho de 2017 então temos um total de 11 anos de amizade. Isso significa que dependendo de quanto iremos viver talvez seja a metade, um terço, ou um sétimo de nossas vidas. 

Desde quando nos vimos a primeira vez, quando por um algum motivo tudo que acontecia de ruim era culpa minha, vivemos muitas aventuras e desventuras. Fizemos amigos novos, e vimos eles irem embora. Fizemos trabalhos juntas, e sempre eram muito bons. Escutei muitas vezes tu ler em voz alta os textos que escrevia, e ate mesmo os que não eram teus. Eu nunca gostei de mostrar o que escrevo, mesmo que alguns eu até mostrasse. As várias composições musicais que fizemos juntando trechos de frases que ouvíamos das pessoas. As vezes que íamos a biblioteca, (se alguém perguntar, não combinamos. Foi por acaso, tudo bem?), e ficávamos a tarde inteira abrindo livros e lendo trechos aleatórios, rindo e conversando. De quando nada estava bem, e eu não sabia o que fazer (desculpa, eu nunca sei). Quando tu escreveu um poema sobre nossa amizade, e tínhamos apenas uns 7 anos. E todas as vezes que era impossível parar de rir durante a aula inteira. E de como sempre tivemos gostos semelhantes para música, cantávamos Rita Lee, fazíamos coreografias com músicas do Titãs e versões alternativas de Franz Ferdinand. E aqueles papeis coloridos que recortávamos dos exercícios do 3° ano pra passar bilhetes, a agenda do Sitio do Pica-Pau Amarelo e o código PigPen que ainda hoje ninguém intendeu. Tu é a melhor amiga que eu poderia ter, e espero que sempre seja.

Com amor,
Gabriela