trocar mixtapes

The Muffs, banda

Quero muito fazer uma festa do vinil, do CD do que for. Cada um escolhe sei lá, 5 músicas? Grupo seleto. Um por um colocamos as escolhidas e apreciamos do inicio ao fim. Conhecer novas músicas e bandas e sons e cada um de nós mesmos um pouco mais. É proibido colocar música que toca na rádio, porque ai já estamos todos esgotados de paradas do sucesso. 

No meio do ano, seguido pela minha obsessão na música Baby Please Don't Go, do Van Morrison (que não tem nenhum parentesco com o Jim Morrison mesmo que pra mim os estilos lembrem um do outro e eles serem família fazia todo sentido), a fissura na playlist DAWGZ, trilha sonora do gibi homonio da Beatriz Shiro (leia), a quebra das gritarias pelo samba e bossa nova que fizeram minha cabeça durante uma ida de bicicleta ate o escritório onde faço bolsa (obrigada Rosinha de Valença, por tudo) e o final: 

Essa releitura da mixtape da Beatriz, que preenche minha cabeça desde o fim julho. Destaque especial pra últica faixa: Janitor do Suburban Laws, que tocou todo dia por uma semana inteira. Agora deu espaço pro Boogarins, e é muito doido como quando se acorda com o barulho tocando no inconsciente já se vai ouvir e se ouve muito melhor, tudo faz sentido e a letra ou melodia e cada ruidinho de cada coisinha é o mais intenso do mundo. De verdade, ouvir música as vezes doi mas é eu sentir um pequeno aperto no peito que mudo bruscamente pensando muito em: 

Então melhor sofrer
Do que ser blasé
E fingir que nada
Me afeta

Como canta a Sophia Chablau

Volta e meia também volto nessa que teve um dia o dever de ser a minha inspiração para aprende a tocar um instrumento. Algo que nunca vai rolar, já aceitei! Só sirvo pra ouvir e curar. 

 
Eu sempre fui de trocar playlist e listinha de música, acho incrível como tem tanta coisa que conheço que foi por indicação além do Spotify ou qualquer inteligência artificial besta. Música que conheci em comentários na blogosfera e tenho muuuito carinho tanto por me lembrarem desse tempo quanto por serem ótimas!! Playlist que troquei com amigos da internet e por carta, na escola, em viagem... Então se quiser, deixa uma indicação qualquer ai e eu vou retornar com algo que ela tenha me lembrado. 

029: o meio do labirinto

patrick sobre a brita - fomapan 400

Eu odeio vídeos divertidos. Eu perdi toda a minha atenção e tenho medo que seja para todo o sempre. Preciso pensar em o que vai ser meu projeto final para cada uma das cadeiras mas a minha cabeça é tão vazia! A universidade e a cidade são tão cheios de imagens e pessoas e informações que não consigo guardar nenhuma por muito tempo sem embaralhar e inverter e mastigar. Tem gente que até já falei e depois de uns dias sem ver nem me recordo. Não tenho certeza se acredito que isso realmente seja sequela de todo o tempo em casa. Não consigo terminar um texto ou ler um texto palavra por palavra sem que meus olhos saltem de palavra para paragráfo para pensamentos intrusos e não consigo raciocinar direito. Acho que estou ficando cada vez mais burra e que isso é culpa do passar do tempo. 

Essa semana eu aproveitei as sessões grátis dos cinemas de rua e voltei amar o audiovisual. As únicas coisas que vejo do começo ao fim e raramente me distraio. 

Fantasma Neon (2021), ganhador de melhor curta-metragem no Festival de Cinema de Gramado 2022. Assisti por acaso numa sessão da FRAPA de curtas na Casa de Cultura. Musical, bem teatral e das ruas, retrata a realidade dos entregadores do iFood de uma forma surpreendente. 
Resposta de Mulheres: Nosso Corpo, Nosso Sexo (1975), um mini-doc que abriu a minha vontade de assistir tudo da Agnès Varda. O que é ser mulher? A pergunta é respondida e entendida por diferentes mulheres. Assisti na aula de Educação e Cinema, e agora queria ter acesso ao MUBI.
Hej-Hup! (1934), estreou minha terceira ida ao Capitólio e introduziu com clamor o cinema Tcheco. Na tradução: "Trabalhadores, Vamos Lá!", é uma comédia muito divertida e crítica que une um ex-proprietário fálido e seu empregado, agora desempregado. 
Ovoce Stromu Rajských Jíme (1970) ou Fruto do Paraíso, é um dos muitos filmes da cineasta vanguardista Věra Chytilová, responsavél também pelo classíco surrealista As Pequenas Margaridas (que quero muuito ver!). Nessa alegoria a Adão, Eva e o pecado ela experimenta com cores, cenários, montagem, personagens, música e sons de uma forma revigorante e inspiradora.

filme: Ovoce Stromu Rajských Jíme (1970)

Eu tenho medo de me perder.