Inspirado nas coisas que andava consumindo em agosto e setembro (mostra do cinema novo da Tchecoslováquia, e as coisas que só a Cinemateca Capitólio é capaz), referências que vivem me assombrando (eu adoro levar susto!), e a principal: a data de entrega do projeto final da aula de Laboratório de Fotografia I que tinha que ser meio livro, meio publicação... Fiz essa zine nuns dias de muitas inquietação, pensando muito nesse trecho do texto sobre a amostra de filmes: "cores pulsantes, lisergia e cinema novo, fresco". Eu pensava muito sobre a Věra Chytilová, e mesmo assim ainda não vi as Pequenas Margaridas.
PS: A zine foi meu trabalho final nessa aula durante o 3º semestre da faculdade de Bacharel em Artes Visuais, em 2022.
PARTE I
Os tiros e os desejos
Nessa aula vimos um pouco de fotográfica analógica, eu não sei muito sobre porque minhas câmeras são todas point n' shoot, não tem nenhuma função que não seja disparar ou voltar o filme. Também relevamos quase totalmente sozinhos. Toda a proposta do semestre girava em torno do monocromático, principalmente o preto e branco. Usei um filme Kentmere 100 e um Fomapan 400.
Queria ter tido mais tempo para fotografar com toda a liberdade do mundo e com gente que não se incomodasse com os meus desejos. Mas eu mesma me incomodo porque fico achando que to sendo muito chata as vezes e acabo me inibindo.
Essas fotos de cima acho que tirei no final de agosto ou ínicio de setembro, nelas a Júlia, que é minha amiga e também foi colega nessa aula, 1) imitou o leão de pedra do Recanto Oriental da Redenção e 2) fez parte da paisagem de concreto, fazendo o corpo se encaixar no Arco do Triunfo. Essas ideias de pose foram fortemente inspiradas pela Valie Export e por todas essas fotografas maneiras.
Essa foto da esquerda é um pouco do atrás das câmeras ao mesmo tempo que é um pelas câmeras sijdiofjdsij É uma das aulas de laborátorio de fotografia, um pouco antes de revelarmos esse mesmo filme. Já a foto da direita é uma das 2 fotos de 2021 que aparecem na zine, de tempos que não voltam mais, também é uma das poucas fotos que não foram tiradas por mim (por isso sou eu na foto!).
Meu grande amigo e colega Mateus que aparece meio misteriosamente, indecifrável em algumas das fotos. Essa foto ai eu tirei e em seguida, pelo que me lembro ele tirou desssa posição essa foto de baixo, a qual eu to fazendo de conta que to tirando outra foto da Júlia sdokdspofks. Esse momento todo de fazer as fotos eu não tinha nada na cabeça além de algumas lembranças e ideias que surgiam na hora por conta do ambiente.
PARTE II
Cores pulsantes, lisergia e cinema novo, fresco
Separei todo o material e o que eu mais gostava em cada coisa, veio também a ideia de usar a impressora jato de tinta, os papeis coloridos, lápis de cor. Experimentai scannear, mexer, pintar, scannear, escrever... Fiz mil testes e fui chegando em algo que considerava maneiro.
Esse foi o primeirissimo teste de todos pelo que lembro, uma das minhas fotos favoritas: o namorado da Júlia, o Patricky, fez a pose que eu dirigi, até tirou os tênis e nem ligou que tava chuviscando e frio. Imprimi ela em papel rosa e rabisquei com aqueles lápis pretos de cor da Fabber-Castell. Super cinema novo!
Testes de impressão em papel branco e rosa. Até agora não me decidi sobre. O papel branco evidencia muito bem as cores mas o rosa é tão bonito! Pensei também sobre algumas edições serem mistas.
Fui insegura e acabei com medo de fazer algo puramente de imagens, achei que não seria o sufiente para dizer tudo que estava pensando. Usei uma parte da música What Goes On do Velvet, porque eles estavam em alta na minha cabeça e sempre me uma nostalgia de ouvir qualquer som deles e uma vontade de dançar ou chorar. Selecionei alguns trechos de diário e algumas coisas que escrevi aqui no blog também e remetia a esses momentos agosto, setembro, férias de inverno, diversão, ingenuidade...
A capa é meu rosto amassado e scanneado e todas as letras foram feitas em grafite. O acabamento final da encadernação ficou sendo uma linha de costura vermelha pois não tinha grampos na hora e no fim ficou oficializado que seria assim e assim ficou o que deveria realmente ser.
PARTE III
Depois de tudo
Minha professora disse que é bem pop art. Minha colega Luly disse que é muito jovem. A Amanda que me segue no Instagram e comprou disse que amou muito e que Agosto é o mês que ela nasceu. A Júlia adorou que apareceu em várias fotos escolhidas, ela também nasceu em Agosto.
A zine esta disponível para leitura no Issuu, e também pode ser enviada para você em formato fisíco pelos correios, é só entrar em contato comigo por aqui ou em alguma rede social. O valor é R$ 10,00 mais o envio.
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